Custa-me tanto deixa-la ali, custa-me tanto ir embora...
Tenho pena de já não conseguir enganar mais o tempo.
Agarrar-lhe a mão e voltar para trás
Ver os ponteiros do relógio em regressão,
E o sol a levantar a poente.
Viver tudo de novo, como nos filmes
Uma, outra e outra vez sem nunca mudar nada.
Nada, apenas a despedida.
Sussurrar-lhe um "até breve"
Subir para a automotora com o maior sorriso do mundo
Numa enorme festa, com toda a multidão a aplaudir faustosamente
E vê-la feliz, a rir, enquanto tudo desaparece lentamente na paisagem...
Na hora de partir disfarço a tristeza num sorriso
E da automotora observo-a ininterruptamente como se fosse a ultima vez.
Espero nunca duvidar que estive aqui.
Vou deixá-la aqui
Vou mesmo deixá-la aqui.
Não consigo pensar em mais nada
Vai ser tudo como o leve acordar de um sonho
Vai correr tudo bem.
Ao menos vou pensar que sim.
Linda...
É maior que o mundo.
15 abril 2008
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