08 dezembro 2008

Última dança

There is no pain, you are receding
A distant ships smoke on the horizon
You are only coming through in waves
Your lips move but I can't hear what you're sayin
When I was a child I had a fever
My hands felt just like two balloons
Now I got that feeling once again
I cant explain, you would not understand.
This is not how I am
I have become comfortably numb...



Até à próxima.

26 novembro 2008

Eco

Não me apetece falar.
Não tenho assunto.

Nunca me faltou assunto,
Do sorriso ao brilho dos olhos,
A ambição, a voz, a musica.

Falta-me a voz,
Não pelo aperto da garganta, mas pelo pó que cobre tudo
Pela surdina que abafa o som,
Pela cortina que mata as cores. Que desfoca.

Camada a camada, terraplanada,
E um surpreendente vazio que enche.

15 outubro 2008

«Fata Morgana»


06 setembro 2008

Diário do melhor dia da minha vida (cont.)

Não contava dizer-lhe que a amava.
Foi estranho não o ter planeado. Talvez o devesse ter feito.
Talvez devesse ter feito um plano.
Não. Talvez acabasse por não lho dizer.
Talvez tivesse sido melhor.
Teria sido melhor?
Estes minutos ninguém mos tira.
Estou completamente nu, não tenho nada a esconder.
Eu tenho sempre algo a esconder, hoje não.
Hoje sou livre.

Não tenho muito tempo. Talvez devesse ter mais tempo.
Não lancei o meu jogo, pousei-o na mesa. Mostrei-o.
Tive pretensões de mudar o mundo, a minha vida.
Talvez o tenha feito. Talvez tenha sido hoje.

Beijá-la...
Gostava de a ter beijado.
Um beijo. O beijo.
Uma mão sem trunfos.

"Um bilhete para Lisboa" ; (Por favor, não mo dê)

Talvez não o devesse ter pedido.

15 agosto 2008

15/8


Portela, Aeroporto de Lisboa

13 julho 2008

Matem-me noutro dia

Estou embalado e o copo acompanha-me no movimento.

Hoje não há atrito, hoje não há nada
Não me tentem parar.

Hoje... hoje não.
Hoje a musica está perfeita
Sou a melhor pessoa do mundo
Tenho sobre mim um foco de luz gigante.

Parte dos meus sonhos são também os meus pesadelos, eu sei
Mas vão ter de ficar para outro dia.

15 abril 2008

Diário do melhor dia da minha vida (cont.)

Custa-me tanto deixa-la ali, custa-me tanto ir embora...
Tenho pena de já não conseguir enganar mais o tempo.
Agarrar-lhe a mão e voltar para trás
Ver os ponteiros do relógio em regressão,
E o sol a levantar a poente.
Viver tudo de novo, como nos filmes
Uma, outra e outra vez sem nunca mudar nada.
Nada, apenas a despedida.
Sussurrar-lhe um "até breve"
Subir para a automotora com o maior sorriso do mundo
Numa enorme festa, com toda a multidão a aplaudir faustosamente
E vê-la feliz, a rir, enquanto tudo desaparece lentamente na paisagem...

Na hora de partir disfarço a tristeza num sorriso
E da automotora observo-a ininterruptamente como se fosse a ultima vez.
Espero nunca duvidar que estive aqui.
Vou deixá-la aqui
Vou mesmo deixá-la aqui.
Não consigo pensar em mais nada
Vai ser tudo como o leve acordar de um sonho
Vai correr tudo bem.
Ao menos vou pensar que sim.

Linda...
É maior que o mundo.

07 janeiro 2008

Fugir

Vamos fugir.
Eu digo sempre isto, vamos fugir
Mas digo-o de coração.
Fugir por aí, como se não fossesmos mais que correntes de ar,
E esquecer o mundo; eu vou esquecer o meu mundo
E afundar-me no castanho dos teus olhos
Onde parece existir uma alma maior que duas da minha
Esse sitio onde me sinto em casa.

Deixa-me fugir daqui,
Eu penso sempre isso, em fugir daqui
Fugir e voar, como se não fosse nada,
Ver tudo pequenino lá de cima.
E esquecer, simplesmente esquecer,
Porque não tenho os teus olhos para me afundar
Nem alma para me sentir em casa, nem nada.
Apenas a vontade de fugir.